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Mesquita em Preston | Inglaterra

Consurso Internacional

2021

Organização

RIBA | Royal Institute of British Architects

Equipe

Diego Brasil

Andressa Almeida

Carlos Gabriel Vilhalba

Um lugar sagrado, destinado para cultos e orações religiosas, transcende as questões normativas e técnicas e aproxima-se fundamentalmente de questões simbólicas. Dentro do aspecto simbólico é importante compreender que tal fato não atua como uma licença formal, pelo contrário, ele cobra que cada peça e/ou elemento estabeleça uma relação necessária para sua sustentação. Assim, cada objeto proposto se apoia na técnica para poder alcançar relações simbólicas.

A proposta em questão para a Mesquita de Preston toma o perfil natural do terreno como princípio projetual, logo são estabelecidas quatro diretrizes: a mesquita será implantada na cota natural mais alta para estabelecer um marco e modificar a paisagem natural; o estacionamento será locado 1,40m a baixo das cotas inferiores do terreno, desse modo ele busca mimetizar o local e desaparecer na paisagem; o acesso principal está colocado sobre as atuais curvas de nível que montam um trajeto natural até a porção central do terreno; os usos complementares estão semienterrados e estão dispostos sobre um espelho d’agua  triangular que além de refletir luz natural para o interior da sala principal também funciona como envoltório externo que eleva a edificação principal a um objeto solto sobre paisagem.

A única edificação que aflora do terreno é armada como um quadrado ausente de vértices, logo as linhas que delimitariam o fim ou a mudança de orientação são transformadas em ausência de limites e oferecem lugar a planos de luzes e paisagens que versam sobre o além e o interminável. Toda base da sala de orações também dissipa as linhas de perímetro, porquanto utilizam uma borda abaulada para realizar a transferência do plano horizontal para o vertical. Quatro pares de pilar equidistantes servem de apoio para planos e vigas de concreto armado que montam esse grande objeto solto sobre a paisagem, apenas uma deformação é realizada nesse objeto para definir o local de acesso e proteger o acesso dos usuários.

A estrutura da cobertura é arranjada como um emaranhado de vigas que objetiva distribuir as tensões estruturais de forma homogênea, além de produzir uma espécie de um tecido rendado aéreo que proporciona, através de zenitais, uma profusão de luzes tênues dentro do salão principal. Este salão abriga as duas salas de culto, a masculina e a feminina,  distribuídas em andares distintos, bem como arranja um espaço interno com 12 metros de altura e montam uma perspectiva orientada para o mihrab, o qual está voltado para Meca 

Dois monolitos de concreto estão distribuídos em faces opostas, eles  exploram as linhas verticais para demarcar a área ocupada pela Mesquita e montam um novo skyline para região, o monolito orientado para face oeste mede 36.4 metros de altura, enquanto o orientado para face sul mede 26.4 metros. Essas peças aludem aos tradicionais minaretes e, além de alterar a paisagem, contribuem para percepção de longa distancia do uso principal do edifício, um lugar para cultos e orações.  

Assim, a Mesquita para Preston combina um objeto que surge a partir da leitura das condicionantes do local juntamente com respostas para às questões pertinentes a um adequado local de orações muçulmanas. O resultado é uma concepção que versa sobre a ausência de limites e trata a luz, o interminável, o reflexo e a relação de escala como elementos de projeto.

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